Crítica Animação Imersão Temporal...

  Destruição é a palavra que rege tal apresentação. Pode parecer uma afirmação desnecessariamente poderosa para algo teoricamente proposto ao surreal e ao abstrato da figura, mas quando vista por outras perspectivas, novas sensações e percepções são sobrepostas à análise geral da obra. 
  De partida, a finalística se dispõe como sinalização de propósito, de fim, de ruína e de seguimento, uma vez que a composição audiovisual tende a direcionar a atenção por meio de um efeito hipnótico pouco perceptível que, acaba condicionando todo um segmento de imagens que futuramente irão tender a construir uma "narrativa" quando suas existências se colidirem ao encerramento "diluído" das mesmas. Mas esta linha de pensamento não busca ressaltar apenas a fotografia, como também o efeito sonoro destorcido, como se metaforicamente relembrasse primeiramente a um "vazio" ou "ecoar" e logo após um "defeito eletrônico" similar a por exemplo, quando Neo aceita a pílula azul em Matrix e transcende sua própria função como indivíduo dentro de sua própria história, o que condiz e referencia o subtexto figurativo aqui indicado. 
  Entretanto, a causalística revê a junção destes elementos e os julga como peças temporais necessárias para a construção e ao mesmo tempo como justificativas para devida secção. Partindo do objeto e buscando referências exteriores, o Mito de Prometeu aqui surge como arquétipo narrativo, no qual o "vislumbre do divino" leva até ao colapso da animação, afinal todo o segmento tende a conduzir o público  cada vez mais fundo rumo a um destino ainda desconhecido e, ao presenteá-lo com uma visualização deste misterioso elemento, torna os espectadores de volta ao estágio inicial e os entrega uma corrupção de tudo o que os fora mostrado.
  Mas por fim, a programática chega e provê desordem a tais concepções, aceita o absurdo como elemento presente na imagem e redireciona o entendimento do vídeo em si rumo ao programa que permeia por entre sua cenografia. Não há causa e nem propósito algum, é tudo fruto de condicionamentos programáticos por acasos sem quaisquer fins, é tudo "todo e parte a-políticos", tudo programa e programa por si mesmo.

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